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Concelhos, distritos, freguesias: como é a divisão de Portugal?

Um aspecto primordial na pesquisa genealógica é a localização. É com base nela que é possível encontrar os registros dos antepassados e avançar na árvore genealógica. Mas nem sempre é uma tarefa simples identificar corretamente as localidades, principalmente fora do Brasil, onde existem divisões administrativas diferentes. Por aqui é bastante simples: estados e Distrito Federal, mais os municípios. Em Portugal, de onde grande parte dos brasileiros tem origem, é outra história.

Por lá existem basicamente três divisões (sem contar as regiões autônomas de Açores e Madeira), uma a mais que o Brasil. Há os distritos, os municípios e as freguesias. A grosso modo, é possível fazer a relação dos distritos com os estados brasileiros. Os municípios, enfim, são os municípios. E no caso das freguesias, é difícil traçar um paralelo com a realidade do Brasil. Nos centros urbanos poderiam ser os bairros e na área rural seriam os distritos. Mas, novamente, é uma relação difícil de fazer.

<< Tombo.pt: ponto de partida para pesquisa de antepassados em Portugal >>

O importante para as pesquisas genealógicas é entender os distritos, os municípios e as freguesias. E aqui vale uma observação importante. Os municípios também são conhecidos em Portugal como concelhos. Então, o resumo do maior para o menor, é o seguinte:

1 Distrito
2 Concelho
3 Freguesia

Vou dar um exemplo dessa lógica. Tenho antepassados em Portugal que são da freguesia de Verim, do concelho de Póvoa de Lanhoso, do distrito de Braga. E também tenho origem na freguesia de Valongo, do concelho de Valongo, do distrito do Porto. Percebam nesse último exemplo que a freguesia pode acabar tendo o mesmo nome do concelho, caso seja a área central e mais importante.

A evolução da divisão de Portugal

O uso dos distritos começou em Portugal em 1835. Antes disso não havia essa divisão, eram províncias, e elas não correspondiam com os atuais distritos. Por isso, é importantíssimo estar atento não só à divisão, mas à evolução disso tudo. Isso é primordial para a pesquisa de antepassados portugueses.

A questão é que os registros que vamos buscar do século 19 para trás são os da Igreja Católica, que tinha (e ainda tem) uma divisão própria, que basicamente são as dioceses e as paróquias. E aqui é possível fazer um paralelo entre distritos e dioceses e freguesias e paróquias. Falta, no entanto, o que hoje conhecemos como município ou concelho.

É preciso entender que Portugal sempre foi um país muito católico. Então, em qualquer pequena localidade havia uma igreja. Por isso, a divisão acabava sendo aquela área de jurisdição da paróquia, o que por muito tempo também significava a área da própria freguesia. E nos centros urbanos, como Lisboa e Porto, acontecia da mesma maneira.

E essa divisão de diocese (ou bispado) pode ser um dificultador na hora de encontrar a origem do antepassado. Nos registros no Brasil, pode ser que haja a identificação da origem do antepassado português, mas que seja citada somente a diocese ou uma província histórica, uma área bastante grande e com centenas de freguesias.

Como encontrar os distritos, concelhos e freguesias?

Para a pesquisa genealógica, sugiro usar o site do Tombo.pt, que organiza os livros paroquiais dos arquivos distritais de Portugal. Já falei sobre o Tombo.pt em outro post. Mas basicamente você acessa o site e no menu haverá os distritos, depois aparecerão os concelhos e na sequência as freguesias e os respectivos livros.

Para casos mais complexos, de mudanças de territórios de dioceses, concelhos e afins, sugiro o Atlas – Cartografia Histórica. Nele é possível selecionar os períodos e as divisões que deseja, e vai aparecer o resultado no mapa. E você pode ir mudando os filtros de período para comparar a evolução.

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