Meus ancestrais tinham escravos: as tristezas da história da família
Pesquisar a história da família sempre nos reserva surpresas, umas boas, outras curiosas (sou descendente de padres, por exemplo) e algumas que entristecem. Nessa última categoria entram os episódios relacionados à escravidão. Foi o que aconteceu comigo.
Não, ainda não descobri escravos entre meus antepassados, apesar de ter indícios de que em breve possa confirmar isso, o que me alegraria demais. O teste de DNA que já falei por aqui apontou uma porcentagem da África, o que me leva a crer que realmente eu seja descendente de escravos.
A questão aqui, porém, vai para o outro lado. Alguns antepassados meus tinham escravos. É isso que me entristece realmente.
Eu adoro descobrir episódios da minha família, mas esses me deixaram mal. Saber que, de certa forma, cheguei aqui como fruto de famílias que lançavam mão de algo tão reprovável, nojento, o pior que se pode fazer com um ser humano.
E não era uma ou outra família. Alguns ramos que viviam em Minas Gerais tinham escravos. Descobri alguns desses casos pelo censo mineiro da década de 1830. Lá constavam os nomes e as idades de cada um dos escravos.
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Claro que a escravidão, dadas as circunstâncias da época, era socialmente aceita no Brasil. Ou seja, quem tinha escravo não estava fazendo nada de errado, pelo menos sob as leis vigentes de então. Compreendo isso. Mas ao mesmo tempo não consigo entender como as pessoas lançavam mão disso para manter suas fazendas e aumentar patrimônio. É reprovável, seja lá ou agora.
Sei que é difícil se colocar no lugar deles. Talvez sequer tivessem noção ou se questionavam sobre o mal que faziam ao terem escravos. É, em algum grau, um alento.
De qualquer forma, fica aqui a mensagem de que ao longo das pesquisas de antepassados, vamos nos deparar com situações como essa. Podem ser tristes, mas fornecem subsídios muito importantes para conhecermos a fundo a história de nossas famílias.
Anderson Huguenin
Olá! Boa noite! Este tema também me assombra. Como você trabalha a sua cabeça para diminuir esse sentimento de vergonha? Abração! Obrigado!
Gustavo Ribeiro
Olá Anderson. Eu procuro compreender e me transportar para a época, em que isso era aceitável, infelizmente. Não há outra forma. Da mesma maneira, se descobrirmos alguma atitude errada de algum antepassado, não significa que nós também sejamos assim. Abraço!